A vida é efêmera, os dias de um homem na face da terra passam tão ligeiros que o período entre o nascer e o morrer pode ser muito bem comparado a um piscar de olhos, se olharmos a existência do ponto de vista do universo. É assim efêmera a vida, apesar de tantas horas intermináveis de trabalho, divertimentos, descanso e problemas. Se o trabalho não fosse necessário para a sobrevivência, seria sem significado, pois tanto esforço horas a fio de empenho e dedicação, suor, tensão e aborrecimentos parecem não justificar o fim último da vida, onde tudo se encerra para o individuo. Talvez o que dê sentido, é deixar para gerações futuras o proveito de todo o esforço desprendido.
Muitos anos já passaram desde que o primeiro homem pisou sobre a face da terra. O sol já nasceu e se pôs milhões de vezes, muitos nasceram e outros tantos morreram; a memória dos livros está repleta de feitos, realizações e histórias de civilizações que já não existem e outros estão sendo registrados neste exíguo momento. Esforços resultaram em inventos, modernidades utilizadas no cotidiano, mas, na essência os velhos hábitos humanos são os mesmos: alguns bons outros nem tanto assim. A terra permanece, mas está sendo mais explorada do que nunca, sofrendo mutações em sua estrutura, mudanças no seu ecossistema, elevação em sua temperatura, sendo o mesmo planeta dos primórdios, a mesma terra que nos acolhe lentamente.
A natureza não é mais a mesma, isto é, aprendemos a olhar a natureza de outra forma. O sol nos encanta, mas seu calor cada vez mais intenso no perturba, o vento sopra suave brisa sobre os prados verdejantes, mas os furacões e tornados destroem cidades inteiras; os rios que correm para o mar lembram que este mesmo mar aos poucos vai engolindo a terra por conta do desgelo das gigantes geleiras.
Os homens, civilizados e mais urbanos do que nunca são inteligentes e criativos, mas o sistema oprime, estressa, cansa... Deixa todos mais competitivos e menos fraternos: a violência impera, a insegurança reina, o medo assombra, o cansaço exaure... A civilização barbariza.
Parece que com o passar dos milhares de anos somos os mesmos em nossa essência: egoístas e maus, quando nos convêm bons e fraternos. Parece que, fora as novas tecnologias, nada mudou. O sol ilumina a mesma civilização de antes, com seus defeitos e pecados. Os séculos pouco nos ensinaram as virtudes, não que a vida nunca tenha sido didática, pelo contrário, nós humanos é que não quisemos aprender.
Todos os livros escritos, todos os “sites”, “blogs”, “fotologs”, todas as dissertações, tratados e monografias, todos os estudos, mestrados e doutorados querem padecer do mal de serem apenas registros. Parece não haver sentido em analisar e desvendar os meandros da vida, no entanto somos impelidos a isto, instigados para tal. Discutimos, conversamos, debatemos porque queremos encontrar um sentido para a vida. Não cansamos de observar tudo, e criamos as ciências. Exatas ou não, tendo o homem como centro, ou universo como medida de todas as coisas. Indo ao cosmos ou vindo aos minúsculos mundos microscópicos: queremos explicações. Observamos o homem, a natureza e o espiritual. Entusiasmados com descobertas sensacionais e perplexos com o pessimismo com que outros problemas igualmente insolúveis, surgem.
Finda que a conclusão histórica e filosófica do “só sei que nada sei” ecoa séculos á frente, torna-se uma repetição dos entendidos, mesmo sabendo eles muito mais coisas que antes. Nem sempre as conclusões a que chegamos, depois dos muitos estudos são as mais confortantes e otimistas, mas, são conclusões... E sobre estas conclusões é que pautamos nossa existência.
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