A água doce será certamente a principal commodity da segunda metade deste século. Fundamental à vida, é rara quando potável e de fácil extração. E o grosso dessa está na Amazônia e em seu maior estado, o Amazonas.
Temos de zelar pelos nossos mananciais, então. Fiscalizar, cuidar, pensar nas próximas gerações.
Um navio estrangeiro chega, por exemplo, no rio Solimões, abre suas comportas e recolhe água amazônica para exame, em laboratório de primeira linha, em seu país. Aqui, não contamos com esses laboratórios de primeira linha. Resultado: lá fora, ficam sabendo mais, acerca das propriedades de nossa água, do que nós próprios.
Investimento em ciência, pesquisa, laboratório e tecnologia sempre foi tema meio esquecido no Brasil. Aí está o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), gestado para nos transformar numa super Costa Rica, que virou elefante branco, apesar do denodo de quem o dirige.
A linguagem brasileira para a Amazônia, nessa área, é de R$ milhões, quando deveríamos raciocinar em termos de muitos R$ bilhões anuais, fortalecendo o INPA, o Museu Goeldi e demais centros de pesquisa regionais. O desenvolvimento sustentável requer ousadia. Aliás, se o desenvolvimento não for sustentável, nem desenvolvimento será. Não passará de mero crescimento espasmódico, às custas das gerações futuras.
Nosso papel é não desperdiçar o presente e, no mesmo passo, fazer com que os tempos vindouros acolham bem nossos filhos e netos. Pensemos, neste momento, nas águas e no que elas poderão significar, se preservadas, em riqueza e bem estar para o país que mais as detém.
Somos um oásis e ainda não nos demos conta disso.
*Diplomata
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