TRÂNSITO

*ARTHUR VIRGÍLIO

          Manaus começa a experimentar certa bonança no trânsito. Parte se deve à greve de professores, técnicos e alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), outro tanto porque algumas escolas estão na fase de prova final ou entraram em férias. O importante é que é, sim, possível evitar os engarrafamentos que proliferam pela cidade.


          Há pontos onde a solução é urgente. A Bola do Coroado, onde está o viaduto Gilberto Mestrinho e a confluência da avenida Governador José Lindoso (avenida das Torres), é um desses locais. Houve investimento estadual e municipal naquela área e agora é hora de resolver o problema, de uma vez, eliminando a roleta russa em que se transformou "fazer" a bola qualquer hora e pior ainda no momento do rush.

          A Bola do Eldorado, na saída do Parque 10 de Novembro, é outro gargalo que se vai tornando insuportável. O motorista circula no viaduto Airton Senna, em frente ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e à Universidade Paulista (Unip), em três e até quatro pistas. E esse equipamento de tráfego só tem duas pistas. Tudo para tentar chegar na frente no semáforo e sair dali antes que o congestionamento se avolume na bola.

          Manaus precisa de intervenções viárias, ampliando pistas.  A alameda Cosme Ferreira, conhecida como Estrada do Aleixo, não suporta, há algum tempo, o tráfego que recebe.

          É necessário investir em novas modalidades do transporte coletivo. Ouço que a Prefeitura quer investir no Bus Rapid Transit (BRT) e o Governo do Estado no Monotrilho. Acho que os dois podem conviver perfeitamente, cada um cumprindo seu papel. Mas Prefeitura e Governo podem muito bem chegar a um acordo para, em conjunto, começar a planejar e dar os primeiros passos num metrô para a capital amazonense.

          Vejo com otimismo a chegada à Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) do delegado federal Wesley Aguiar. É sangue novo, que sai fortalecido de um dos postos mais nevrálgicos da Polícia Federal, a corregedoria, onde há necessidade de competência e pulso firme, exatamente as duas coisas necessárias ao transporte coletivo de Manaus. Acho demais depositar numa pessoa só a esperança de consertar tanta coisa errada nesse setor, acumulada ao longo de tanto tempo, até porque uma andorinha só não faz verão, mas torço para que tenhamos mais um passo à frente com Wesley no cargo.

          Todo esforço, no que se refere ao transporte coletivo, deve ser feito no sentido de convencer o motorista a deixar o carro em casa. Só assim, com menos veículos nas ruas, vamos conseguir espaço para fazer as reformas viárias com menor trauma. Nisso entram as campanhas educativas, cujo papel é fundamental num processo de humanização do trânsito.

          Respiremos, enfim, nesse lampejo das férias de meio de ano, no trânsito de Manaus. Cairá o consumo de hidrocarbonetos. Diminuirá o uso do ar condicionado nos veículos, que aumenta o gasto de combustível, e isso é bom para o meio ambiente. Há, enfim, tantas vantagens num trânsito humanizado que vale a pena o empenho de todos, cumprindo o dever de cidadãos, em pensar nas maneiras de melhorá-lo.

* Diplomata.

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