de
Pedro Cardoso da Costa
A sociedade brasileira convive com muitos problemas insolúveis e a
sujeira das cidades deste país é mais um secular. A maioria ainda joga de tudo
nas ruas, uns pela falta de consciência, outros por não importar consigo nem
com os demais. A questão, como sempre, seria descobrir como implementar ações
eficazes de conscientização de todos.
Existem medidas que caberiam a todas as esferas de governo. Outras,
específicas a alguns. A limpeza, conservação e fiscalização no despejo de
dejetos nos rios, bacias e praias caberiam aos governos federal e estaduais. O
governo federal deveria desenvolver política nacional de reciclagem obrigatória
de embalagens de produtos químicos e radiativos. Criar regulamentação para
obrigar os comerciantes à utilização de embalagens biodegradáveis,
especialmente de sacolas de mercado e do comércio em geral.
Os governos estaduais deveriam desenvolver campanhas de conscientização
sobre o Meio Ambiente nas escolas. Essa abordagem deveria ser bem ampla.
Desde a fabricação, a distribuição e reaproveitamento corretos de embalagens.
Todo estabelecimento público deveria ser local adequado de reciclagem.
As prefeituras deveriam retirar somente materiais inorgânicos, em
dias definidos previamente; noutros, o orgânico. Orientar às pessoas que, ao
lavarem a louça, lavem e deixem secar os recipientes vazios, que todos
denominam de lixo. Já o material orgânico deveria ser destinado à produção de
adubo, que poderia ser vendido, e até doado, a moradores para utilização em
jardins, hortas e culturas em geral. Preparar fiscais para punir com
rigor e de forma imediata moradores que misturassem o material.
Empresas, igrejas, sindicatos, ongs, poderiam desenvolver campanhas
educativas internas destinadas aos membros e funcionários. Bancos, lojas, bares
e quaisquer casas comerciais poderiam limpar as ruas junto ao meio-fio e
calçadas dos seus estabelecimentos. Os próprios funcionários poderiam retirar
imediatamente papel de bala, borracha de chiclete, ponta de cigarro e todo
objeto pequeno toda vez que um transeunte deseducado jogasse. Poderiam realizar
palestras para funcionários e, também, deveriam colocar frases como NUNCA JOGUE
LIXO NAS RUAS nas sacolinhas, nos saquinhos e nos tíquetes fiscais. Poucas
fazem alguma coisa efetiva e permanente e todas culpam a prefeitura da cidade.
Orientar os consumidores a só comprarem em estabelecimentos limpos
completamente. As escolas precisam ampliar o conceito de educar. Após um ano,
toda criança já deveria ter assimilado que sujar as ruas e cuspir no chão são
gestos de pessoas mal educadas. A imprensa deveria valorar mais a educação. São
necessárias campanhas permanentes no rádio, na televisão, em outdoors, em
terminais de ônibus, no metrô.
Numa cidade de milhões de habitantes, qualquer objeto jogado na
rua perfaz toneladas de sujeira, capaz de entupir bueiros, gerar enchentes e
matar pessoas. A cada chuva mais intensa a cena de móveis arrastados se repete
na televisão. As mesmas pessoas somente culpam as autoridades, mas não são
capazes de entender que contribuem para a destruição de suas próprias casas.
Jogar lixo nas vias públicas está arraigado na nossa cultura.
Todos jogam, independentemente do nível social e educacional. O objetivo desse
argumento não seria atacar gratuitamente as pessoas, mas de conseguir
solucionar. Para tanto, seria necessário que cada cidadão sentisse agente
responsável pela preservação das cidades.
Recicle todo material. Lave-os e deixe-os secar.
Numa semana, verifique quanto material se joga fora desnecessariamente. Basta
reservar uma gaveta do armário para plásticos finos e numa caixa de sapato
guardar os papéis pequenos. Depois, os entregue num posto de coleta seletiva.
Repita-se: o lixo que você joga na rua pode contribuir para que a enxurrada
carregue e até mate pessoas! Limpar as ruas dia-a-dia não tem resolvido!
Atribuir sujeira à pobreza é um equívoco cometido pela grande maioria.
Poder-se-ia viver num país pobre, porém limpo!
Pedro Cardoso da
Costa – Interlagos/SP
Bel. Direito
0 Comentários
1. O Blog em Destaque reserva-se o direito de não publicar ou apagar acusações insultuosas, mensagens com palavrões, comentários por ele considerados em desacordo com os assuntos tratados no blog, bem como todas as mensagens de SPAM.