DO G1:Mãe de Isabella diz que este será o Natal mais triste de sua vida

Pela primeira vez, Ana Carolina de Oliveira passa a data sem a filha. 

Menina adorava passear pelas ruas para ver as luzes de Natal.

Luciana BonadioDo G1, em São Paulo

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Ana Carolina de Oliveira e a filha Isabella (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

A família Oliveira estará reunida, mas não vê motivos para comemorar o Natal de 2008. Será a primeira vez que eles passarão a data sem Isabella, desde o nascimento da menina. “Estaremos em família, mas será um ano diferente e, com certeza, o mais triste de nossas vidas”, diz a mãe da garota, Ana Carolina de Oliveira. Em entrevista por e-mail, ela contou aoG1 as melhores lembranças dos Natais com a filha.

 

Caso Isabella: veja cobertura completa 

Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, morreu em 29 de março de 2008 após ser jogada do 6º andar do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, onde morava o pai dela. Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, são acusados do crime e irão a júri popular, em data ainda não definida. 

Nas respostas, Ana Carolina não falou sobre o caso, apenas da relação dela com a filha e das boas lembranças que guarda de Isabella. Confira, nos tópicos abaixo, o que ela disse. 

 

Natal e Isabella

A mãe conta que a menina sempre gostou muito do Natal. “Fazíamos toda uma surpresa para a chegada do Papai Noel e passeios para conhecer as árvores e enfeites nas ruas. Ela amava as luzes. Todos os anos, nós tínhamos planos. Quando ela começou a crescer, fizemos um acordo na cartinha do Papai Noel. Ele trazia o que ela queria e ela entregaria as chupetas. Quando começava a anoitecer, colocávamos o sapatinho que ela mais gostava na janela, as chupetas e esperávamos os presentes”, lembra. 

A melhor lembrança é de um Natal que Isabella ficou feliz ao acreditar que o Papai Noel havia estado em sua casa. “O ano mais emocionante foi quando coloquei um pedaço de tecido vermelho. Era como se ele tivesse passado com tanta pressa que a roupa até havia rasgado. Queria mostrar que o Papai Noel tinha ido lá. Fizemos a ceia e, quando ela foi para o quarto, viu as marcas dele pela casa, ficou muito feliz e falava: ‘mamãe, ele veio, ele leu minha cartinha’." 

 

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A menina Isabella, morta aos 5 anos em março (Foto: Reprodução/Agência O Globo)

Ela conta que não programou nenhuma celebração religiosa para este fim de ano, mas garante que sua família tem muita fé. “Minha família sempre teve muita fé em Deus e a união é o que prevalece em minha casa. Não programei nenhuma celebração, acho que a lembrança dela está acima de tudo dentro dos nossos corações. E isso será para a eternidade.” 

 

Lições de 2008

“Deste ano, o que eu mais tirei foram lições. Quando comecei o ano estava cheia de expectativas, metas e planos para o futuro com minha princesa. Mas eles foram todos quebrados e, com isso, tudo desmoronou na minha vida. Este ano foi muito difícil e ainda é difícil acreditar em tudo que aconteceu. Acredito que superar não seja um termo mais fácil. Mas aprender a conviver com a dor e a carregar ela em todos os momentos do meu dia”, afirmou Ana Carolina. 

 

Momentos difíceis sem a filha

A mãe de Isabella diz que “jamais vai se desligar da filha”. “As lembranças dela são constantes em tudo que faço. Tudo me lembra ela. Todos os momentos são difíceis, desde o amanhecer até o anoitecer. Na parte da manhã, não faço mais o leite que ela adorava, não tenho mais ela para me elogiar ‘mamãe, essa roupa está linda’ ou ‘mamãe, não gostei desta blusa, você pode trocar?’. À tarde, pensar quais as novidades que ela traria da escola, quais as lições, ajudá-la a ler. Afinal, esse era um grande sonho que ela tinha, e que lhe foi tirado. À noite, na hora de tomar banho junto, de colocar o pijama igual, de dormir com as pernas entrelaçadas. Não tem como não lembrar de momentos tão especiais de mãe e da cumplicidade que tínhamos. Isso me faz muita falta, ela é a melhor companhia que podia ter para tudo. Quando estava triste, era ela quem me fazia carinho e me abraçava. Quando estava feliz, ficávamos dançando e pulando no quarto. E agora? O que faço sozinha?”, questiona. 

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