Depois de dezessete horas de discussão, os líderes da zona do euro
anunciaram nesta segunda-feira, em Bruxelas, que chegaram a um acordo
sobre a crise da Grécia. O fim do impasse foi comunicado pelo presidente
do Conselho Europeu Donald Tusk. "A cúpula da zona do euro chegou a um
acordo unânime", disse ele no twitter.
O acerto abre caminho para um terceiro pacote de resgate à Grécia
para os próximos três anos - desde que o governo de Atenas consiga
aprovar drásticas reformas de austeridade no país. "Acertamos em
princípio que estamos preparados para começar as negociações para levar
um programa ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), o que em outras
palavras significa continuar o apoio à Grécia", disse Tusk em entrevista
coletiva após a reunião em Bruxelas. Os detalhes do plano não foram
divulgados, mas os ministros das Finanças da zona do euro haviam
avaliado entre 82 e 86 bilhões de euros o montante necessário para
socorrer a Grécia.
O acordo também afasta a possibilidade de saída da Grécia da zona do
euro. "A decisão dá à Grécia a chance de se recuperar com o apoio dos
parceiros europeus. Ela também evita as consequências sociais,
econômicas e políticas que um resultado negativo traria", destacou Tusk.
Para entrar em vigor, o acordo para o resgate precisa ser aprovado
pelos Parlamentos de diversos países - incluindo os da Grécia e da
Alemanha.
Tsipras - "Nós lutamos uma batalha dura. Nós
enfrentamos decisões difíceis", disse o premiê grego Alexis Tsipras na
saída da reunião. O político terá a complicada missão de convencer o
Parlamento grego a aprovar até quarta-feira muitas das medidas que foram
rejeitadas no referendo de 5 de julho.
O premiê disse que o acordo vai permitir salvaguardar a "estabilidade
financeira" do país e manifestou sua esperança de que algumas das
medidas pactuadas, como o pacote de investimentos, a renegociação da
dívida, ou o ponto final para o debate sobre a saída do euro, ajudem a
acalmar os investidores e a resistir às medidas recessivas que o
programa inclui. "Acho que o povo reconhece o combate difícil que
tivemos e que nesta ocasião o peso das medidas será melhor dividido
entre a sociedade."
Merkel - Depois da reunião, a chanceler alemã Angela
Merkel manifestou apoio ao acordo e disse que vai recomendar que o
Parlamento de seu país aprove a medida. "As vantagens superam as
desvantagens", declarou. Para a chanceler, o governo grego mostrou
"vontade e disposição de realizar reformas".
Segundo Merkel, como parte dos compromissos assumidos pela Grécia
para zelar pela sustentabilidade da dívida será criado um fundo,
supervisionado pela Europa, para utilizar os recursos obtidos com a
privatização de 50 bilhões de euros em ativos de empresas públicas
gregas.
O presidente francês elogiou a "coragem" de Tsipras nas negociações e
qualificou o acerto como uma "decisão histórica" da Europa. "Houve
acordo. A Grécia fica no euro. A Europa ganhou", comemorou ele.
(Com agências EFE e Estadão Conteúdo).
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