Socorro: águas do Rio Negro estão a 29,87m - Augusto Banega Montenegro*


As águas do Rio Negro chegaram hoje (21) aos 29,87m, superando em 10cm a marca da última maior cheia registrada em 2009. A última grande cheia em Manaus foi em 2009, quando o rio chegou aos 29,77 metros, no dia 1.º de julho. A previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é de que o nível da água continue subindo e alcance neste ano 30,13 metros.



Antes da marca de 2009, o pior período de cheia havia sido registrado em 9 de junho de 1953, quando o rio marcou 29,69 metros. A maioria dos picos de cheia em Manaus aconteceram nos meses de junho e julho. Apenas 6% ocorreram em maio, como agora.

Em Manaus, assim como em outros 52 dos 62 municípios do Amazonas, a situação é de emergência. Nos municípios de Careiro e Anamã, o alerta deve ser elevado para calamidade.

Nas cidades de Iranduba, Manacapuru, Itacoatiara. Urucurituba e Parintins a situação dramática está entregue a Deus. Segundo alguns moradores desses municípios se, em Manaus, a situação está tão precária, difícil mesmo, imaginem como está o problema causados pelas águas em municípios com pouca estrutura. No Anamã, por exemplo, os presidiários estão vivendo em marombas, porque as águas invadiram todas as terras do município. O mesmo acontece no careiro da Várzea e, em Itacoatiara, devido à morosidade da Prefeitura as madeiras para a colocação de pontes estão chegando com atraso.

Em Parintins as águas já tomaram conta de parte da ilha principal, e, agora, avançam, com celeridade, sobre a Francesa e Santa Clara. Lá as águas já tomaram tonta de tudo e deixaram centenas de famílias sem condições de sequer serem socorridas. Em Urucurituba os moradores do bairro Tabocal e das proximidades do bueiro, na sede do município, e nas comunidades de Nova Esperança, Paraná do Preto,  Acari, Vila Augusto Montenegro, São José,  Santa Fátima, Costa do Amazonas e Lago do Arrozal se queixam de não terem recebido qualquer ajuda até agora. A Defesa Civil do Amazonas promete que, em uma semana, a ajuda solidária vai chegar lá.

Em Manaus, por exemplo, estima-se que pelo menos 10 mil famílias estejam em situação precária. No comércio, mais de 200 lojas instaladas na zona central de Manaus foram atingidas e  70 já fecharam as portas.

Segundo o Estado de São Paulo, em todo o interior do Estado mais de 75 mil famílias sofrem com a subida dos rios. A agricultura regional acumula perda de mais de R$ 34 milhões, tendo afetado produções em 36 municípios. A produção de mandioca, por exemplo, amarga um prejuízo na ordem de R$ 13 milhões e o cultivo da banana, mais de R$ 6 milhões.

De acordo com o chefe de Hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira, o Rio Negro continuará subindo nos próximos dias, pois vem recebendo a contribuição de chuvas na própria Bacia no Negro.



* É Jornalista


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