Prêmio Nobel da Paz não vai alterar políticas da China em relação aos direitos humanos e à comunidade internacional



A decisão co Comitê Norueguês de conceder o Prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo não deve afetar a maneira como a China lida com os direitos humanos nem a sua relação com a comunidade internacional. “A pressão gerada pela premiação é retórica e simbólica, não vai provocar nenhuma mudança concreta na China”, disse ao site de VEJA o professor de Relações Internacionais da PUC, Henrique Altemani de Oliveira.

O coordenador do Grupo de Estudos Ásia Pacífico da PUC acredita que a China não tem interesse em se indispor com o ocidente. Por isso, as retaliações não devem passar de declarações contra o Prêmio e a convocação do embaixador norueguês em Pequim. “A China não quer problemas no campo econômico, no qual está em ascensão, nem no campo político”, diz.

Para ele, o governo tem consciência de que a sua posição em relação aos direitos humanos provoca fortes reações na comunidade internacional. Por isso, vai preferir encerrar o assunto em breve. “Toda vez que alguém recebe o Dalai Lama, a China protesta. O país marca sua posição, de acordo com a regras diplomáticas, mas depois coloca um ponto final”, afirma.

Direitos humanos - A China já viveu uma situação semelhante em 1989, quando o líder espiritual e político do Tibete recebeu o Nobel da Paz, mas nem por isso alterou sua postura no que se refere aos direitos humanos. O Tibete, localizado na região central da Ásia, é controlado pelo governo chinês, apesar dos protestos pela independência.

O mesmo aconteceu com Aung San Suu Kyi, a líder oposicionista do regime também autoritário de Mianmar, que foi laureada em 1991, mas está em prisão domiciliar desde 2003. “Estes países têm uma visão de direitos humanos que é diferenciada da perspectiva ocidental. E o governo chinês deixa claro que não vai mudar a sua”, conclui Altemani.

FONTE: VEJA ON LINE


DANIEL MACIEL
BLOG COARI EM DESTAQUE

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