MANAUS
27/04/2017 às 16:20

Paulo André NunesManaus (AM)
Para participar dos testes - que já estão em andamento - os voluntários devem estar na faixa etária de 40 a 75 anos e fazendo tratamento contra HIV, no mínimo, há seis meses
Os testes do tratamento inédito para prevenção de doenças cardíacas (ataque cardíaco e derrame cerebral) em pessoas que vivem com HIV, anunciado hoje pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), vão dar a oportunidade a 120 pessoas do Amazonas, portadoras do vírus, de levar uma vida melhor.
A novidade consiste no uso, por pessoas com HIV, de uma medicação chamada Pitavastatina, que integra um grupo de medicamentos que tem na composição a estatina e que é utilizada para o controle do colesterol.
Para participar dos testes - que já estão em andamento - os voluntários devem estar na faixa etária de 40 a 75 anos e fazendo tratamento contra HIV, no mínimo, há seis meses. Os interessados em fazer parte do estudo podem obter maiores informações pelos telefones 98181-9272, 99302-9272 ou 2127-3577 ou dirigir-se até o setor de Enfermaria de Pesquisa Clínica da FMT-HVD, localizado na avenida Pedro Teixeira, 25, bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste da cidade.
A FMT-HVD é uma das oito instituições do Brasil a participar da pesquisa, que é inédita no mundo. Os testes do novo tratamento deverão abranger 6.500 mil voluntários em todo o Planeta. Além do Brasil, estão participando da pesquisa, denominada “Estudo randomizado para prevenir eventos vasculares em HIV (REPRIEVE)”, países como Estados Unidos, Porto Rico, África do Sul, Botswana e Tailândia.
No Brasil, além de Manaus, participam do estudo centros de pesquisas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Os 120 voluntários de Manaus vão passar a ser acompanhados por um período de até cinco anos para verificar se a medicação, de fato, previne contra as doenças cardiovasculares em pessoas com HIV.
“Se confirmada a redução do risco, a expectativa é que o Ministério da Saúde indique esse medicamento para pacientes com HIV”, ressaltou Marcus Lacerda, diretor de Ensino e Pesquisa da instituição, que falou ontem com a imprensa junto com Graça Alecrim, diretora-presidente da Fundação de Medicina Tropical, e Kim Marinho, enfermeiro e coordenador do estudo em Manaus. Nesse grupo de doenças cardíacas que vai atuar o tratamento em pessoas que vivem com HIV, é 40% maior o risco de desenvolvimento de problemas cardiovasculares.
Pesquisa
A pesquisa é financiada pelo National Heart Lung e Blood Institute, do National Institutes of Health (NIH). A diretora Graça Alecrim explica que o vírus HIV desencadeia um processo inflamatório nas células do organismo e, por isso, o risco das doenças cardiovasculares é maior nesses pacientes.
Segundo ela, a vantagem é que, diferente das outras estatinas disponíveis no mercado, a Pitavastatina não reduz a eficácia dos medicamentos usados no tratamento do HIV.
“A Pitavastina tem menos interações com o coquetel que é usado pelos pacientes que têm HIV/Aids e está sendo proposta como medicação profilática. O Estado do Amazonas se propôs a incluir 150 voluntários e nós ainda estamos recrutando eles. Um grupo vai usar a droga e outro não”, informou o diretor e ensino Marcus Lacerda.
Medicamento
Em caso de eficácia do medicamento nos testes em todo o País, o diretor de ensino e pesquisa Marcus Lacerda informou que o estudo será interrompido e o Ministério da Saúde passará a adquirir a Pitavastina para ser utilizada na população brasileira com HIV-Aids.
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