Rússia e Ucrânia iniciam na 2ª feira negociações em Belarus


Rússia e Ucrânia iniciam na manhã 2ª feira (28.fev.2022) negociações em Belarus. A informação foi confirmada pela agência de notícias russa Tass e pelo jornal norte-americano New York Times. O consenso entre os 2 países sobre o diálogo abre a primeira possibilidade de fim da guerra, iniciada na madrugada de 5ª feira (24.fev) com a invasão russa ao território ucraniano.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou no domingo (27.fev) que a delegação de seu país “não impôs precondições” para o começo das conversas. Ele tratou do início das negociações com o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.

Mas exigiu que os aviões, helicópteros e mísseis em território do país permaneçam em terra até os representantes ucranianos retornarem.

“Nós concordamos que a delegação ucraniana se encontrará com a da Rússia sem precondições sobre a fronteira da Ucrânia com a Belarus, nas proximidades do rio Pripyat”, relatou Zelensky por meio do Telegram.

A agência Tass apurou que a negociação poderia ter começado no domingo. Mas a logística para a chegada da delegação ucraniano impediu. Liderados por Vladimir Medinsky, os representantes da Rússia, se deslocaram de Minsk, capital belarussa, para o local da negociação, na região de fronteira com a Ucrânia. Medinsky é assistente do presidente russo, Vladimir Putin.

Até o domingo, Zelensky resistia em negociar em Belarus, país aliado à Rússia. A guerra, entretanto, escalou rapidamente desde 5ª feira. O Exército russo chegou aos arredores de Kiev, a capital ucraniana que já sofria bombardeios. O Ministério do Interior informou que o conflito provocou 352 mortes, incluindo 14 crianças.

Putin aumentou a pressão ao pôr em alerta suas forças nucleares como ameaça à Ucrânia e a seus aliados europeus. Entretanto, sentiu o impacto de sucessivas retaliações econômicas aplicadas pelos Estados Unidos e a União Europeia.

Em especial, as anunciadas no sábado (26.fev), que permitem o congelamento de boa parte dos US$ 630 bilhões das reservas internacionais russas. A punição foi adotada pela primeira vez e deverá esgotar a capacidade econômica do país de levar adiante a guerra. Aos 2 maiores bancos do país, ambos com participação majoritária do governo, também foram alvos de sanções adicionais.

A Rússia será alvo na 2ª feira de votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de resolução de condenação por sua invasão da Ucrânia. A tendência é de aprovação. No Conselho de Segurança, onde tem poder de veto de resoluções, Moscou impediu tentativa similar.

No domingo, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, havia se oferecido para mediar as negociações. Bennett conversou com Putin. Na 6ª feira (25.fev), já havia apresentado a mesma proposta a Zelensky, que chegou a sinalizar positivamente.

Índia e Emirados Árabes Unidos abstiveram-se de votar a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas de condenação à Rússia pela invasão à Ucrânia. Disseram preferir a neutralidade para, talvez, atuarem como mediadores.

O Azerbaijão, com bom trânsito com os 2 países, foi apontado como provável mediador. Mas o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, visitou Putin na 3ª feira (22.fev) em Moscou –3 dias antes do ataque.

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