Levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV/DAPP) sobre o debate nacional acerca da percepção de medo e insegurança apontou 42,3 mil menções ao tema no Twitter entre 6 de julho e 17 de agosto. Cerca de 32% do debate se concentra no estado do Rio de Janeiro, com um total de 13,4 mil menções no período. A cidade do Rio responde por 17%, totalizando 7 mil menções. |
Nesta última semana, houve aumento relativo na participação do Rio na discussão, com 37% das menções no estado (20% na capital) em decorrência, principalmente, de postagens sobre as mortes de policiais e menções gerais sobre a "sensação" (8% dos tuítes destacam a palavra) de insegurança — vale destacar que a presença de militares no Rio não acrescentou, quantitativamente, muito à discussão. Outro destaque é o aspecto irônico de muitas postagens no Twitter — com muitos compartilhamentos — que destacam a inevitabilidade da violência no país (e no Rio, em especial) com piadas e hipérboles, acentuando a posição de descrença das pessoas em relação ao cotidiano de violência. |
Nesse debate "naturalizado" de medo, a principal manifestação associada a algum crime diz respeito exatamente à preocupação com com roubos (19%), e 12% com tiros; inclusive, com uma particularidade: o medo de perder o celular, presente em 3% do debate. Na última semana, entre 10 e 16 de agosto, também se destacam postagens que falam da dificuldade de se dormir em regiões que sofrem com tiroteios constantes. |
O debate apresenta baixa oscilação quantitativa entre as semanas analisadas, evidenciando a naturalização do medo. O único pico de postagens, ocorrido entre o fim de julho e o começo de agosto, decorre de tuítes irônicos, de tom preconceituoso, que relacionam a criminalidade com determinadas torcidas de futebol. |
Também se faz ausente a referência a instituições nesse debate, mesmo à presença das forças armadas no Rio. A discussão é dominada por notícias que destacam crimes cotidianos e postagens de cidadãos sobre o receio de ir a lugares, sair de casa ou visitar o Rio por causa da sensação de insegurança. |
No que se refere ao debate sobre a polícia, nesse contexto, predomina o discurso de que os policiais são vítimas, assim como a sociedade civil, do crime, com ênfase a notícias sobre mortes de policiais. Por isso, não há atribuição textual às forças de segurança como responsáveis pela violência (e baixíssimo volume de menções a autoridades), com o único ator destacado, pelo engajamento a favor da polícia e a presença constante no debate, é o deputado federal Jair Bolsonaro, também apontado em reportagens como "beneficiário" da sensação de insegurança para as eleições de 2018. |
Número de menções por semana: |
6.800 menções - 2ª de julho |
7.000 menções - 3ª de julho |
6.300 menções - 4ª de julho |
8.500 menções - 1ª de agosto |
6.600 menções - 2ª de agosto |
7.100 menções - 3ª de agosto |
TOTAL: 42.300 |
Percentual no estado do Rio: |
32% (13,4 mil) |
Percentual da cidade do Rio: |
17% (7 mil) |
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