José Antunes Sobrinho, preso desde setembro, resolveu entregar à Lava Jato tudo – ou grande parte – do que sabe
DANIEL HAIDAR, ANA CLARA COSTA E DIEGO ESCOSTEGUY
21/04/2016 - 21h20 - Atualizado 21/04/2016 22h24
>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:
O engenheiro José Antunes Sobrinho, de 63 anos,
prosperou nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Ele é um dos donos da Engevix, empreiteira que ascendeu a partir de
2003, por meio de contratos, financiamentos e empréstimos obtidos com
estatais e bancos públicos. A empresa valia R$ 141 milhões em 2004. Dez
anos depois, faturava R$ 3,3 bilhões. O modelo de negócios de Antunes
era simples e eficiente, adaptado ao capitalismo de Estado promovido
pelos governos petistas. Consistia em corromper quem detivesse a caneta
capaz de liberar dinheiro público à empresa dele. Ou, se esse
estratagema não fosse suficiente, corromper os chefes políticos e amigos
influentes daqueles que detivessem as canetas. Antunes e seus sócios
pagavam propina, portanto, para conseguir o acesso ao dinheiro público
barato que, por sua vez, permitiria à Engevix conseguir, mediante mais
propina, os grandes contratos públicos de serviços e obras, em estatais
como Petrobras, Eletronuclear, Furnas, Infraero e Belo Monte.
Antunes era bom no que fazia, conforme atestam os números da Engevix. Talvez bom demais. A exemplo de outros empreiteiros que seguiam o mesmo modelo de negócios, foi preso na Operação Lava Jato. Tornou-se acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e, entre outros crimes, de participar do cartel de empreiteiras que, associado em especial aos políticos do PT e do PMDB, destruiu a Petrobras e devastou outras estatais durante os governos Lula e Dilma. Preso desde setembro em Curitiba, Antunes resolveu entregar aos procuradores da Lava Jato tudo – ou grande parte – do que sabe. As negociações, que estão em estágio avançado, passaram a envolver recentemente a equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Muitos dos crimes admitidos por Antunes envolvem, direta ou indiretamente, políticos com foro privilegiado – aqueles que, muitas vezes, são os donos de fato de quem move as canetas nas estatais.
ÉPOCA obteve acesso, na íntegra e com exclusividade, à última proposta de delação entregue pelos advogados de Antunes aos procuradores. São 30 anexos, cada um deles com fatos, pessoas e crimes distintos.
Antunes era bom no que fazia, conforme atestam os números da Engevix. Talvez bom demais. A exemplo de outros empreiteiros que seguiam o mesmo modelo de negócios, foi preso na Operação Lava Jato. Tornou-se acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e, entre outros crimes, de participar do cartel de empreiteiras que, associado em especial aos políticos do PT e do PMDB, destruiu a Petrobras e devastou outras estatais durante os governos Lula e Dilma. Preso desde setembro em Curitiba, Antunes resolveu entregar aos procuradores da Lava Jato tudo – ou grande parte – do que sabe. As negociações, que estão em estágio avançado, passaram a envolver recentemente a equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Muitos dos crimes admitidos por Antunes envolvem, direta ou indiretamente, políticos com foro privilegiado – aqueles que, muitas vezes, são os donos de fato de quem move as canetas nas estatais.
ÉPOCA obteve acesso, na íntegra e com exclusividade, à última proposta de delação entregue pelos advogados de Antunes aos procuradores. São 30 anexos, cada um deles com fatos, pessoas e crimes distintos.
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