Resolvi não me aborrecer com aqueles que querem o mal de Coari, com quem fica de fora torcendo para que o mundo se acabe e para que o circo pegue fogo. Já é fim de noite e um novo dia virá, e com ele um renascer cheio de potencialidades infinitas. Há quem comemore a desgraça, a desdita, há quem ache bom a enchente, os embates vãos, a difamação e até torça pelo desemprego e com isso comemore o desalento.
Há quem solte fogos e comemore a possibilidade de viver uma vitória que não foi capaz de conquistar. Há quem sorria com a desgraça alheia e viva os seus bons momentos sobre os maus momentos de seu irmão. Há quem abrace querendo ferir e quem sorria querendo chorar.
Quanto a mim, mais um coariense, resolvi não me aborrecer. Acredito na força do trabalho, no ideal que nos empurra, no sonho que nos motiva. Acredito que a realidade pode ser mudada quando fazemos nossa parte para melhorar... Quando gastamos nossas energias naquilo que é bom.
Como as muitas ladeiras que há em Coari, a vida é cheia de altos e baixos, de momentos bons e ruins, de alegrias e lágrimas. Não me compete ficar lamentando ou culpando o outro: devo lutar para subir as difíceis ruas, pois o objetivo é avançar. Mas isto é somente para quem quer mover-se pela força do bem. Sem xingar as ladeiras e os irmãos que caminham ao lado. E para quem quer o bem não há ideologias e crenças desiguais, há uma vontade soberana de avançar, de se dedicar naquilo que pode representar um sonho alcançado, uma meta realizada, um futuro melhor.
Resolvi ficar calmo e tranqüilo e não me aborrecer com o quem quer o mal de Coari. Pois ainda que poucos o queiram, milhares trabalham dia-a-dia, na individualidade ou na coletividade, movendo-se internamente com uma força que os faz acreditar, crer que o melhor está aqui. E quando realizamos, amamos, lutamos, perseguimos o desejo de nossos ideais. E assim, uno minhas mãos aos milhares que em um novo dia continuarão sabendo que o seu bem maior é a força do amor, amor pela vida.
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