IBP defende veto integral para benefício tributário de refinaria

Em Destaque
0

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal entidade do segmento de petróleo e gás no Brasil, defende o veto integral ao benefício fiscal concedido para refinaria na regulamentação da reforma tributária pelo Congresso Nacional via aprovação do projeto de lei complementar (PLP) 68. O presidente Lula terá até 16 de janeiro para vetar ou não este tratamento tributário, que pode custar R$ 3,5 bilhões anuais aos cofres públicos e sem ser previamente debatido com o setor de fornecimento de combustíveis.
 

O IBP considera que toda alínea "E" do artigo 441, do PLP 68 / 2024, não deve receber sanção presidencial. O conteúdo indica que "não estão contemplados pelo regime favorecido da Zona Franca de Manaus: e) petróleo, lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo, exceto para a indústria de refino de petróleo localizada na Zona Franca de Manaus, em relação exclusivamente às saídas internas para aquela área incentivada, desde que cumprido o processo produtivo básico, permanecendo a vedação para todas as demais etapas;"
 

Segundo parecer, produzido pelo professor de direito financeiro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Ricardo Lodi, e encaminhado para ministérios e Advocacia Geral da União, este tratamento tributário é inconstitucional, pode gerar distorções concorrenciais e perda de competitividade do etanol em relação à gasolina. O estudo ainda cita que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que a Zona Franca de Manaus nunca recebeu estes incentivos em operações envolvendo petróleo, lubrificantes e combustíveis desde a origem.
 

Na análise do IBP, o tratamento tributário para a refinaria ainda implicará:
 

Violação da livre concorrência: por privilegiar uma única empresa e refinaria de Manaus. No atual cenário, que existe desde a criação da Zona Franca, pelo Decreto Lei nº 288 de 1967, toda a cadeia de petróleo e derivados sempre ficou fora dos benefícios, ao lado de outras indústrias. A diferenciação entre contribuintes, inclusive, vai contra a neutralidade e a simplificação pretendidas pela reforma tributária,
 

Prejudica os objetivos do país no contexto de mudança climáticas e evolução energética: o Brasil assumiu vários compromissos nas suas leis orçamentárias, no seu planejamento e em acordos internacionais relacionados aos temas. A Lei 14802, de 2024, coloca o Enfrentamento à Mudança Climática como tema prioritário nacional. O Ministério da Fazenda também lançou o Plano de Transição Ecológica. O Brasil é signatário do Acordo de Paris, com compromissos vinculantes relacionados as emissões. O país sediará a COP30, em Belém, em 2025. Desta forma, não faz qualquer sentido assumir compromissos com aumento da bioenergia sustentável na matriz energética brasileira e, ao mesmo tempo, prejudicar a competitividade dos biocombustíveis via incentivos para uma refinaria na Amazônia.
 

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) reforça sua posição favorável para a reforma tributária e apoio aos compromissos de ESG brasileiros em escala internacional, bem como deseja garantir um ambiente concorrencial competitivo, saudável e isonômico em todo segmento nacional de fornecimento de combustíveis.

 










Tags

Postar um comentário

0Comentários

1. O Blog em Destaque reserva-se o direito de não publicar ou apagar acusações insultuosas, mensagens com palavrões, comentários por ele considerados em desacordo com os assuntos tratados no blog, bem como todas as mensagens de SPAM.

Postar um comentário (0)