Relação traz políticos com foro especial, mencionados em pedidos de abertura de 28 inquéritos policiais; divulgação depende de levantamento do sigilo por parte de Teori Zavascki
A lista com 54 políticos com foro especial sobre os quais o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de 28 inquéritos policiais, chegou oficialmente ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta terça-feira (3). A divulgação dos nomes supostamente envolvido no esquema de desvios na Petrobras depende agora da suspensão do sigilo das investigações, solicitado pelo procurador.
Rodrigo Janot: divulgação de nomes suspeitos de envolvimento depende da suspensão dos sigilos
No ofício, Janot pede também o arquivamento de sete investigações preliminares abertas em setembro do ano passado com base nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef, mas que não tinham indícios que pudessem justificar a abertura de inquérito.
A expectativa em torno da divulgação dos nomes vem acirrando as tensões no Congresso e no governo. Nos últimos dias, políticos supostamente incluídos na relação começaram a ensaiar discursos em resposta às acusações de envolvimento no esquema.
Nona fase da Operação da Lava Jato começou nesta quita-feira (5) e apreendeu grandes quantidades de dinheiro, 500 relógios e documentos. Foto: Polícia Federal
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A lista, supostamente, já teria confirmados os nomes de dois dos principais líderes da base no Congresso: os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo informações veiculadas pelos sites dos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo. O aviso teria sido feito, supostamente, pelo vice-presidente da República, Michel Temer, que esteve com Janot na quinta-feira.
Embora a expectativa seja de que os nomes venham à tona ainda nesta semana, a decisão de tornar a lista pública depende exclusivamente do ministro Teori Zavascki neste momento.
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Apesar da apreensão em torno dos nomes, tanto o Palácio do Planalto quanto parlamentares têm dito que a divulgação pode se transformar em mecanismo de alívio. Primeiro, por conta da decisão de Janot de pedir apenas a abertura de inquéritos e não de abrir ação penal contra os suspeitos de envolvimento no esquema da Petrobras. Segundo, pela previsão de que políticos de vários partidos sejam incluídos na lista, o que ajudaria a diluir o desgaste entre integrantes da base e da oposição.
No Planalto, há ainda a expectativa de que a decisão tire parte do foco das denúncias da presidente Dilma Rousseff.
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