Não há qualquer
incompatibilidade entre Ciência e Religiosidade, nem também entre Religiosidade
e Democracia.
Sobre a coerência entre o
pensamento científico e as concepções religiosas, já Einstein dava o seu
testemunho afirmando que a Religião e a Ciência eram complementares: “a Ciência
sem a Religião é manca; a Religião sem a Ciência é cega.”
Max Jammer, que foi colega
de Albert Einstein em Princeton, testemunha que este entendia pudesse um
cientista ser um homem religioso. A visão de Einstein era de uma perspectiva
cósmica, não antropomórfica, de Deus. O caminho científico, diversamente do
caminho religioso, é mais abstrato e menos sincrético. No final da trajetória,
entretanto, ambos os caminhantes podem ver-se irmanados à face do divino.
Ieda
Assumpção Tillmann, Cristina Lopes Horta, Paulo Sousa e Flávio M. de Oliveira,
pesquisadores da Universidade Católica de Pelotas, observam que o exame mais
detalhado das relações entre religiosidade e condições físicas, psíquicas e
sociais do indivíduo só pôde ocorrer depois que a cultura conseguiu
desatrelar-se do pensamento positivista, dominante até o século XX. Nas últimas
décadas, o processo de emergência de um novo paradigma é que deu sustentação
para que, em lugar de distanciamento e desconfiança, surgisse proximidade e
interesse recíproco entre religiosos e cientistas.
Andrew
Newberg, professor da Universidade da Pensilvânia, evidenciou aumento
significativo da atividade cerebral, na região do córtex pré-frontal, durante a
meditação, o que é consistente com o processo de atenção focalizada.
Wolfgang
Maass, pesquisador de Neurobiologia do Instituto Salk (Estados Unidos),
constatou que orações podem ajudar a curar doentes. Preces rezadas, antes das
intervenções médicas em pacientes que se submeteriam a angioplastias, trouxeram
resultados positivos, formando, assim, um elo entre espiritualidade e saúde.
Quanto
à coerência entre Religiosidade e Democracia, só não existe essa coerência
dentro de uma visão fundamentalista de Fé.
O Fundamentalismo, ou seja, a pretensão de deter toda a verdade, a
intolerância para com o divergente, o carimbo de herege aposto aos que
discordam não é monopólio do Islã, como tantas vezes se propala. Também entre
os cristãos existem fundamentalistas.
A Religiosidade não é fundamentalista. O Fundamentalismo é, a meu
ver, uma corrupção da Religiosidade. A Religiosidade coere perfeitamente com
uma concepção democrática de vida e de sociedade.
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