De novo a história de corrupção se repete com um
ministro do governo federal e os argumentos de defesa dos corruptores, também.
Como cartilha, também, já se tornou o apoio dos superiores, especialmente do
chefe do Executivo do corrupto da vez. Essa introdução poderia ser sintetizada
como ”o Brasil definitivamente se tornou uma fábrica de corromper dinheiro do
seu povo”. Com maior ou menor resistência, nos próximos dias mais um ministro
cairá. Traria menos desgaste se o tempo fosse o menor possível, assim como
pregaria a marca de intransigente com a corrupção na atual gestão da presidenta
Dilma Rousseff. Além de ficar fixado de forma permanente o recado aos próximos
ministros que, se tiverem alguns casos de corrupção para transbordarem,
deveriam tirar o time de campo antes de desgastar o governo.
Orlando Silva foi veemente ao negar as acusações.
Todos negaram. Orlando Silva despachou
com os algozes, mas não os conhecia. Todos desconheciam inicialmente seus
delatores. Ressaltou a necessidade de preservar sua honra. Esse requisito já
foi desmoralizado pelos reincidentes Antonio Palocci, bi-ex-ministro, e o
ex-senador e governador José Roberto Arruda. Faltou chorar; mas esse item nunca
foi unanimidade. Só alguns mais ilibados como Joaquim Roriz e Hildebrando Paschoal
conseguiram atingir tal clímax.
Desta feita o ministro foi mais enfático e bem mais
longe. Chamou seus acusadores de bandidos. Não existiu um anterior que não
tenha feito o mesmo. Esqueceu-se, novamente igual a todos, de que esses
bandidos os acusam de devolver a ele, ministro, percentual de dinheiro público
que lhes foi confiado e repassado pelo ministério dirigido por ele. O ministro
deveria ser obrigado a responder imediatamente qual a classificação de um
servidor público que entrega dinheiro da sociedade nas mãos de bandidos.
Nossa presidenta já adquiriu experiência em
denúncias de corrupção e já sabe muito bem que as explicações dos anteriores
não foram convincentes, que resultaram no nocaute de quatro ministros. Ainda
que sempre haja menção aos órgãos próprios de apuração, nenhum brasileiro tem
conhecimento como andam os processos sobre as acusações anteriores. Esse
argumento já foi desmoralizado e a atual presidenta só utilizou no início.
Percebeu a tempo que política vai além.
Todo ato de corrupção compõem-se de condutas que são
antídotos dos princípios constitucionais que norteiam a Administração Pública.
Começa por driblar ou camuflar o da Legalidade, pois esconde os verdadeiros
objetivos da contratação. Não há impessoalidade, pois os dirigentes são da
confiança dos órgãos públicos envolvidos, pois é em razão dessa relação que são
firmados os convênios, ainda que sejam os mais repetitivos e negados.
Publicidade só há após as denúncias. O da Moralidade é ferido de morte e o da
Eficiência, a quantidade de medalhas dos desportistas brasileiros em Olimpíadas
fala por si. O Brasil tem vinte medalhas de ouro em toda história olímpica,
enquanto os Estados Unidos já levaram 950.
Essa denúncia tem o agravante da negligência, uma
vez que o noticiário informa que, há cinco anos, o Tribunal de Contas aponta
irregularidades no programa. Amadoristicamente, o noticiário não apresenta
relatórios nem quais as irregularidades. E,também , por estar ligadas ao esporte, área que o
Brasil sediará seus dois maiores eventos,
com o chefe maior do futebol investigado pela Polícia Federal e o representante
máximo da República nessa área, acusado de receber caixas de dinheiro na
garagem do Ministério.
Como a maior veemência à dos acusados negarem
conhecer seus acusadores no início de toda denúncia de corrupção, faz-se
necessário retrucar a justificativa recorrente de muitos corruptos dissimulados
de que estes fatos não devem ser apurados por atrapalharem a gestão. Mais do
que necessário, é de extrema relevância que as pedras desse dominó nefasto
sejam todas derrubadas. Só assim este país pode destruir essa ratazana do
dinheiro público, principal marca do estado brasileiro.
Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
Bel.
Direito
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