O ex-senador Arthur Virgílio Neto acaba de enviar ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin uma carta, onde contesta a desoneração da produção de Tablets por São Paulo e declara que não mais se alinhará politicamente com Alckmin até que os governos de São Paulo e Amazonas sentem à mesa de negociação e acertem modo harmoniosos e justo de convivência.
LEIA O CONTEÚDO DA CARTA ABAIXO
Lisboa, em 21 de julho de 2011
Prezado Geraldo,
O Amazonas foi traído pela presidente Dilma Rousseff no episódio dos tablets. Concedeu incentivos que os direcionam a São Paulo e, com isso, pode ter aplicado golpe de morte no Polo Industrial de Manaus.
Agora você desonera a produção desse artigo tão relevante, cumprindo, certamente, seus deveres de governador do principal estado da Federação. Ora, a presidente se decidiu por São Paulo, não haveria, então, de ser logo você a recusar a generosa oferta.
Na minha lógica, se Dilma não houvesse editado a MP 534, os tablets iriam para Manaus, mesmo que você tomasse a atitude que tomou. Daí a insistência com que me disponho a entender o governador.
Só não o entendo mais, aliás, porque você não é um governador qualquer, restrito às fronteiras paulistas, candidato a presidente da República que foi e nome presidenciável que é. O governador local, que só aspire a dirigir seu estado por quatro ou oito anos, cumpre seu papel e vira as costas para o resto do Brasil. Do governador nacional, que conhece o País e seus problemas, se espera visão global, percepção de conjunto da realidade complexa e multifacetada que nos envolve.
Escrevo-lhe, pois, para registrar a incompatibilidade que vejo entre essa forma de governar São Paulo e as necessidades do Amazonas, do Nordeste, do Centro-Oeste. Dilma, que recebeu quase todos os votos do meu estado, traiu a expectativa nela depositada. Você não traiu nada e nem ninguém: apenas, mais uma vez, esqueceu que perder um pouco no curto prazo pode significar ganhos políticos e até econômicos para São Paulo.
Veja que não me refiro a ganhos políticos para você, mas para São Paulo, hoje visto como estado predador, que se distancia dos demais entes federados e, não raro, os esmaga. Por igual, quando me refiro a ganhos econômicos, penso num Brasil equilibrado, que consuma mais, produza mais, enriqueça mais, negocie mais com São Paulo e participe, forte e justamente, da prosperidade do povo que você governa.
Esqueçamos, se é que podemos, os tablets. Lembremo-nos dos celulares, das inúmeras – e inconstitucionais – medidas restritivas adotadas contra uma área de exceção, garantida pela Constituição, que é a Zona Franca de Manaus. Trata-se, claramente, de uma postura: não abrir mão nunca de nada, sem desconfiar de que isso consolida o crescente rancor brasileiro contra o admirável estado que você dirige.
A Zona Franca se estriba em incentivos fiscais? Claro que sim. Castelo Branco e Roberto Campos tiveram a lucidez de perceber que se deveria incentivar região pobre e estratégica. A França fez isso com o seu Midi, a Itália com o seu Mezzogiorno, os EUA com o Tennessee Valley.
O Brasil fez isso a favor de São Paulo a vida inteira. Ou não foi assim quando JK decidiu que a indústria automobilística seria majoritariamente paulista? Quando o presidente Collor criou a Lei de Informática? Quando Lula, recentemente, fez todas as concessões fiscais possíveis e imagináveis para socorrer as montadoras de automóveis?
Quando se trata do Amazonas, certa imprensa torce o nariz. Ignorando o peso do Polo de Manaus para a manutenção da floresta em pé. Esquecendo o seu valor para a segurança nacional. Olvidando o seu significado econômico, com reflexos generosos para o próprio São Paulo.
Sugiro-lhe que faça um exame dos contenciosos paulistas com os demais estados. E espero que compreenda a decisão que tomei.
Sem nenhum prejuízo para a admiração que nutro por sua competência e sem nenhum arranhão na amizade que lhe dedico, saiba que, doravante, estarei impossibilitado de me alinhar politicamente ao seu lado. Pelo menos até o momento em que os governos de São Paulo e do Amazonas sentem à mesa de negociação e acertem modo harmonioso e justo de convivência.
Escrevo-lhe quando estou sem mandato, “exilado” em Lisboa e você desfruta de situação política confortável e forte. É melhor que seja assim. É mais o meu estilo. O contrário talvez me inibisse e constrangesse.
Se seu (alto) limite é se restringir a São Paulo, meu dever é defender o Amazonas.
Recomende-me à Lou e aos “meninos” e receba meu mais cordial abraço.
Arthur Virgílio Neto
3 Comentários
Se eu fosse o ARTHUR NETO, simplismente deixaria o circo pegar fogo, o povo que esperasse pela mãe dos pobres a dilminha, a linda vanessa e pelo caderudo do dudu praga, não foi isso que o povo pediu? agora povo paspalho aguentem sem gritar, quero ver até onde vão aguentar, toma povo babaca, AMIGO ARTHUR DEIXA ELES SENTIREM SUA FALTA, SÓ ASSIM VÃO VER A BURRADA QUE FIZERAM, UM ABRAÇÃO MEU QUERIDO ARTHUR VC É DEZZZZZ.
ResponderExcluirARTHUR NETO DAQUI A 4 ANOS NA ELEIÇÃO VC JA COMEÇA COM 1 VOTO O MEU.NAO SOU CONTRA AOS QUE VEM DE FORA , MAS SE AQUI ADQUIRIU SUA VIDA ESTÁVEL NESTE ESTADO , E PRECISO QUE NESSA HORA TER BRILHO E GARRA NAS DISPUTAS MUITAS DAS VEZES DESIGUAIS COM OUTROS ESTADOS, NADA MAIS QUE A TRIBUNA DO SENADO, COM SUAS ELOQUENCIA E ORATÓRIA , O QUE NAO ESTAMOS VENDO , RETRATAR QUE ESTOU AQUI, NINGUEM VAI INTERFEIR E PREJUDICAR O MEU ESTADO, BRIGAR PELA REGIÃO, ASSIM QUE TEM QUE SER O SENADOR, E NÃO VENDO O ESTADO DE LETARGIA DOS SENADORES ELEITOS: EDUARDO BRAGA(PARÁ),ALFREDO NASCIMENTO(RIO GRANDE DO NORTE)E VANESSA GRACIOTIN(SANTA CATARINA). GENTE NOSSA , AMAZÔNIDAS DE BERÇO , FIQUE ATENTOS NAS PROXIMAS ELEIÇÕES , NAO DEIXEM DE SER ILUDIDOS POR GOVERNADORES QUE SOBEM AOS PALANQUES DOS MUNICIPIOS, ACOMPANHADOS POR PREFEITOS TRAIRAS COM O POVO, PARA APRESENTAR OS PSEUDOS_SENADORES, E PRECISO LER, VER TELEVISÃO, JORNAIS E REVISTAS ,FICAREM ATENADOS PARA NÃOS SEREM ILUDIDOS , POIS DEPOIS VEM A RECLAMAÇÕES A DOR E O DESESPERO COM O CAOS QUE APROXIMA E AFETA A TODOS NÓS, QUERO VER EM 2014 POVO, ESSA E A HORA!!!
ResponderExcluirDANIEL MACIEL BOM DIA, LI A CARTA DO EX SENADOR ARTUR NETO AO ALCKMIM E GOSTEI TANTO QUE ATÉ IMPRIMI. E LAMENTO PROFUNDAMENTE PERDER UM SENADOR QUE AO MEU VER NUNCA HOUVE NA HISTORIA DO AMAZONAS UM SENADOR QUE DEFENDESSE A ZONA FRANCA DE MANAUS , TANTO QUANTO O ARTUR NETO. E É LAMENTAVEL VER OS TABLETS INDO SER FABRICADO EM SAO PAULO AO INVÉS DE SER FABRICADO NO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS, ISSO PORQUE NÓS TEMOS DOIS SENADORES, EDUARDO BRAGA E VANESSA QUE A MEU VER , NAO ESTAO NEM AI PRA ZONA FRANCA E NEM TAO POUCO AO AMAZONAS, PORQUE A MEDIDA DOS TABLETS É UM GOLPE MORTAL A ZONA FRANCA DE MANAUS, E AGORA É COM OS TABLETS , DAQUI A POUCO SERÁ COM OS SELULARES, E MAIS TARDE COM TELEVISORES E QUANDO PROCURARMOS A ZONA FRANCA DE MANAUS ELA JA TERÁ DESAPARECIDO.
ResponderExcluirE PELO QUE PARECE ESSE SENADOR EDUARDO BRAGA E A VANESSA SE ELEGERAM SO PRA DIZER QUE SAO SENADORES, MAIS QUE DEFENDER A ZONA FRANCA E O AMAZONAS, PARECE QUE NAO É SEUS OBJETIVOS.
ESTOU PROFUNDAMENTE INDIGNADO COMO CIDADAO AMAZONENSE E COARIENSE COM A FALTA DE ATITUDES DESSES DOIS SENADORES.
ESPERO QUE O POVO DO AMAZONAS APRENDA NESSE QUATROS ANOS E VEJA O QUANTO O AMAZONAS PERDEU, DEIXANDO O EX SENADOR ARTUR NETO DE FORA DA REPRESENTAÇAO DO AMAZONAS.
UM ABRAÇO A TODOS.
1. O Blog em Destaque reserva-se o direito de não publicar ou apagar acusações insultuosas, mensagens com palavrões, comentários por ele considerados em desacordo com os assuntos tratados no blog, bem como todas as mensagens de SPAM.