Clássico erudito, ‘Tristão e Isolda’ traduz amadurecimento do Festival Amazonas de Ópera

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Espetáculo será exibido novamente no domingo (22), no Teatro Amazonas, às 19h
            Composta no século XIX pelo maestro alemão Richard Wagner, a ópera 'Tristão e Isolda' trouxe avanços na linguagem musical da época que logo a tornaram um marco da música erudita européia. Encenada pela primeira vez no XV Festival Amazonas de Ópera (FAO), na noite desta quinta-feira (19), no palco do Teatro Amazonas, a ópera é apontada como um "simbolo da maturidade do festival", na avaliação do diretor musical do FAO, Luiz Fernando Malheiros.
            "Ela é uma ópera bastante difícil, de complexa execução tanto para os cantores solistas quanto para a orquestra e foi escolhida para esses quinze anos do festival justamente por isso. Estamos declarando que chegamos ao ponto de maturidade e que podemos programar uma ópera do nível de 'Tristão e Isolda' de Wagner", afirma Malheiros, uma das principais referências brasileiras da ópera, segundo a crítica especializada no assunto.
            Malheiros, regente titular da Orquestra Amazonas Filarmônica que tocou durante a apresentação de 'Tristão e Isolda', explica que Wagner esgotou todas as possibilidades da música tonal experimentadas até aquele momento com a ópera, o que instigou os compositores a buscar novos caminhos musicais.
            "Em qualquer lista das cinco óperas mais importantes que já foram escritas, 'Tristão e Isolda' está. Ela é importante em diversos aspectos. É marcante não só para a história da ópera, mas para a música porque Wagner esgotou as possibilidades da música tonal e isso obrigou os compositores que vieram depois dele a buscarem coisas novas", disse.
            O enredo de 'Tristão e Isolda' é uma clássica história de amor impossível. Tristão é um cavaleiro britânico que, à serviço de seu tio, o rei Marc da Cornualha, viaja à Irlanda para trazer a bela princesa Isolda, prometida em casamento ao rei. Durante a viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção mágica de amor e acabam perdidamente apaixonados. De volta à corte, Isolda casa-se com Marc, mas mantém um romance com Tristão, violando as leis religiosas e escandalizado a sociedade.
            Para o diretor André Heller-Lopes, que assina a direção cênica e a concepção da montagem da ópera 'Tristão e Isolda', outro ponto de inovação da ópera foi o tratamento de percursos da noção de subconsciente, antes de Freud, criador da Psicanálise, falar sobre o assunto. "A ópera foi escrita alguns anos antes do Freud falar da teoria dos sonhos. E uma das coisas mais fantásticas é que os personagens dizem: eu te odeio. E a música diz: eu te amo. Então é uma obra que fala de subconsciente, trata de uma série de coisas que nós sentimos e gostaríamos de sentir. É um amor fulminante", disse.
            A ópera é protagonizada por Eliane Coelho, uma das artistas brasileira de maior sucesso no exterior, e o norte-americano John Charles Pierce, considerado um dos heldentenors (tenor dramático) principais de sua geração, tem no curriculo o Prêmio Wagner na competição de Liederkranz em Nova Iorque. O elenco conta ainda com a mezzo-soprano Andreia Souza, o tenor Flávio Leite, o baixo Kevin Maynor e os barítonos Igor Vieira e Leonardo Neiva. A cena é dividida com o Coral do Amazonas, acompanhados pela Orquestra Amazonas Filarmônica. O cenário é de Carlos Pedreanez e Flávio Lima, iluminação de Fabio Retti e figurinos de Marcelo Marques. A próxima apresentação, no domingo (22), no Teatro Amazonas, está com ingressos esgotados.
Fotos Divulgação SEC.

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