Ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (Daniel Ramalho/Reprodução)
O ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou nesta quarta-feira, em depoimento à Polícia Federal, ter recebido dinheiro da JBS para se manter em silêncio sobre supostos casos de interesse da Operação Lava Jato. O peemedebista foi interrogado na Superintendência da PF, em Curitiba, no inquérito que investiga o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa com base em revelações da delação da JBS.
Segundo o advogado de Cunha, Rodrigo Sanchez Rios, o seu cliente disse de “forma firme” que “o silêncio dele nunca esteve à venda” e que nunca foi procurado por Temer ou por algum interlocutor do presidente como uma tentativa de evitar que ele colaborasse com a Lava Jato. “Ele refutou categoricamente”, reforçou o advogado.
O presidente nega que tenha dado aval a Joesley para manter os repasses ao seu ex-aliado, conforme interpretou os investigadores pela conversa acima. A sua defesa também contesta a integridade do áudio, que passa por uma perícia da PF que ainda não foi concluída.
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O advogado de Cunha afirmou que os delegados da PF fizeram 47 perguntas ao deputado cassado — todas enviadas pela unidade de Brasília. Cerca de metade delas se referia aos pagamentos da JBS e a outra metade ao suposto esquema de desvios na Caixa Econômica Federal. Sobre este segundo caso, o deputado teria se recusado a responder às questões.
Preso desde outubro do ano passado, Cunha já foi condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas numa ação relacionada a pagamento de propina na compra de um campo petrolífero na África pela Petrobras. Ele estava preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Grande Curitiba, e foi deslocado até a sede da PF para prestar depoimento.
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