Em um artigo intitulado "Gigantismo da Operação Lava-Jato rende controvérsia" escrito a duas mãos porarlos Rollsing e Humberto Trezz o Município de Coari é citado dentro do contexto da Operação Lava-Jato em uma análise sobre a competência do Juiz Sérgio Moro em julgar casos em regiões tão distantes de sua Comarca. Observe abaixo:
Pode um magistrado do Paraná julgar crimes que ocorrem em lugares tão distantes dali como Coari, no Amazonas, ou Suape, em Pernambuco? A questão tem sido levantada audiência após audiência por defensores dos réus da Operação Lava-Jato. Eles alegam que o juiz, até pelo gigantismo brasileiro e complexidade das ações, deve ter territorialidade. No caso de Sergio Moro, de Curitiba, as ações que julga não poderiam ser de fora do Paraná.
Defensor de Elton Negrão – dirigente da Andrade Gutierrez que está preso por corrupção –, o advogado paranaense Antônio Breda tentou usar esse argumento para libertar seu cliente. Professor de Direito Penal, Breda elencou pelo menos 10 rincões do Brasil nos quais a Lava-Jato atua – como a já citada Coari – onde o Tribunal de Contas da União detectou 26 irregularidades na construção de gasoduto até Manaus – ou ainda São Luís (no Maranhão, onde é investigada propina para pagamento de precatórios do governo Roseana Sarney). Ele alega ser humanamente impossível a um magistrado ter conhecimento aprofundado sobre lugares e fatos tão distantes. E diz que Moro tem ido muito além de suas atribuições.
– A Lava-Jato virou a nova inquisição, sem tortura física. Só falta aparecer um Torquemada – comparou Breda, em referência ao inquisidor-mor da igreja medieval espanhola.
Breda foi rebatido, em sessão realizada em Porto Alegre, pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), que negou liminar para libertar Elton Negrão. Ao manter a prisão preventiva ordenada por Moro, Gebran disse que a ação do juiz pode ir muito além de sua cidade, desde que os fatos incriminatórios tenham sido revelados na sua jurisdição – no caso, em Curitiba.
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