Governo do Estado entrega telelupas para pessoas com deficiência visual



A Policlínica Codajás, unidade da rede estadual de saúde, iniciou nessa terça-feira, 7 de maio, a entrega de telelupas a usuários inscritos no Programa de Atenção Integral ao Deficiente (Paid). Foram distribuídos nesta manhã 12 equipamentos, utilizados para ampliar imagens e auxiliar pessoas com graves problemas visuais. O início da entrega marca também dia Mundial da Saúde Ocular. Até o final do mês de maio, devem ser concedidos 60 aparelhos iguais e outras 125 bengalas antenadas articuladas.
O Paid presta atendimento com marcação de consulta, acompanhamento médico e doação de aparelhos para pessoas com problemas ortopédicos, auditivos, oculares e pacientes estomizados. O programa recebe anualmente recursos do Governo Federal e é executado pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam).
De acordo com o diretor-geral da Policlínica, Fábio Shimizu, os pacientes acompanhados pelo Paid não recebem apenas os equipamentos, mas passam por acompanhamento médico antes e depois de receber as telelupas. "Esse acompanhamento é imprescindível. Não basta entregarmos o equipamento é necessário todo um processo de acompanhamento para que o paciente se adapte ao equipamento e possa ter, de fato, a qualidade de vida que ele espera".
As pessoas que necessitam de aparelhos devem realizar inscrição no Paid, na Policlínica Codajás, conforme explicou a supervisora do programa, enfermeira estomaterapeuta Josenira de Almeida. De acordo com ela, é necessário apresentar os seguintes documentos: carteira de identidade, registro de nascimento (se for menor), cartão SUS, CPF, comprovante de residência, encaminhamento médico com diagnóstico, n° do CID e boletim de alta. A Policlínica Codajás funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.
Segundo Josenira, muitas doenças verificadas em pacientes do programa são tratáveis se diagnosticadas a tempo, como o glaucoma - o aumento da pressão interna do olho. "Por isso é importante que as pessoas procurem um médico oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. O glaucoma, por exemplo, tem um colírio que, se usado por quem tem, não permite que a perda da visão prossiga".
Apenas nos primeiros três meses de 2013, o Paid atendeu cerca de 7 mil pessoas em busca de equipamentos. Em 2012 foram entregues 65.951 mil aparelhos e a expectativa é que esse número seja superado em 6% neste ano. No ano passado foram 31 mil consultas médicas e desde a sua implantação em 2005 foram mais de 450 mil pessoas acompanhadas pelo programa.
O aposentado Francisco Alves Ferreira, 50, foi um dos beneficiados com o aparelho, que custa em torno de R$ 1 mil e que, segundo ele, não teria condições financeiras de comprar. Francisco Alves sofre há cerca de 15 anos com astigmatismo e hipermetropia. Com dez graus no olho direito e oito graus no olho esquerdo, ele tem dificuldades para executar tarefas simples do dia a dia. "Eu ando bastante de ônibus, então normalmente tenho que ficar perguntando ou esperando que o ônibus se aproxime muito. Às vezes o motorista não para em função de você ter feito parada muito próximo e com o aparelho vai ser mais fácil", explicou Francisco.
Ana Paula de Moraes, 36, que nasceu com atrofia do nervo óptico, foi outra beneficiada. Ela recebeu o equipamento pela primeira vez, após anos de tratamento fora do Estado para visão subnormal e cegueira e depois de muitos gastos da família com lentes especiais provenientes do exterior. "Até os 12 anos fizemos acompanhamento com um especialista no Rio de Janeiro. Era tudo muito caro", disse a mãe da paciente, Elizabete Moraes, 66, acrescentando que os recentes óculos usados por Ana Paula têm lentes especiais produzidas na Alemanha.
Wellington dos Santos, 36, também recebeu a telelupa. Usuário do programa desde 2008, ele conta que precisa trocar o equipamento periodicamente e que, por ter apenas 6% da visão, sem os óculos, evita sair desacompanhado e quando precisa ir a algum lugar, escolhe não se afastar muito da casa onde mora, no Parque das Laranjeiras, zona centro-oeste da cidade. "Fui ao Centro um dia e quase fui atropelado porque não enxerguei o carro".
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FOTOS: ALFREDO FERNANDES / AGECOM

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