Tarde de sábado. Bem próximo à praia que fica ao lado do porto da cidade de Urucurituba, no Médio Amazonas, um jacaré-açu de aproximadamente 3,5 metros surgiu e ficou circulando. Couraça preta e dentes afiados, ele subiu o rio mais de 600 metros, aproximadamente, e se postou a menos de 50 metros da estrada do Tabocal, onde existe uma praia que a comunidade costuma frequentar.
Por sorte, poucas pessoas estavam no local àquela hora, perto das 15 horas. Mas, para quem queria se divertir ou curtir a ressaca da sexta-feira adquirida no bar Tira-Ressaca, a presença do jacaré incomodava.
Rapidamente seis homens pegaram duas canoas, cercaram o animal e atiraram arpões em sua direção. Sem q ualquer receio da presença humana, o jacaré não se moveu e ainda esboçou um gesto de ataque, mas foi imediatamente contido por um dos grupos que ocupava uma das canoas. Imobilizado, ele morreu e foi levado à praia do Tabocal.
Para uma das moradoras da estrada do Tabocal, Jayne Libório, o aparecimento de jacarés de grande porte nas águas do rio Amazonas, nas proximidades da praia, já se transformou em rotina. "Eles aparecem e vão embora sem incomodar ninguém", disse ela.
Para o pescador Pedro Morais de Castro, 61, conhecido como "Periquito", o incômodo não é a presença do animal no rio, mas seus constantes ataques às malhadeiras ou "bubuias" estendidas no rio. O pescador Elias da Silva, 46, também reclama dessmuito mais pela destruição causada aos seus equipamentos de pescador do que pelos ataques às pessoas. "O prejuízo que esses jacarés causam a nós, pescadores, ninguém paga e ninguém ressarce", disse ele.
Para Pedro Castro, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) deveria liberar a caça aos jacarés no lago do arrozal, onde eles proliferam, de modo a deixar que os pesadores de Urucurituba possam exercer sua profissão com dignidade. "De que adianta apenas preservar os animais se as pessoas estão morrendo de fome?", indagou ele
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