REVIRAVOLTA: PAI DE ELOÁ COMPLICADO

Seqüestro em Santo André

Quarta, 22 de outubro de 2008, 16h17  Atualizada às 16h46

Juiz: pai de Eloá está envolvido

em 'rosário de crimes'

Odilon Rios
Direto de Maceió

O juiz da 13ª Vara Criminal de Maceió, Geraldo Amorim, que investiga a participação do ex-cabo da Polícia Militar Everaldo Pereira dos Santos na morte do delegado da Polícia Civil Ricardo Lessa, em 1991, disse que ele está envolvido em um "rosário de crimes". Segundo o magistrado, o retorno dele a Alagoas pode ajudar a polícia a descobrir os mandantes de outros assassinatos no Estado. Everaldo é pai da estudante Eloá Cristina Pimentel da Silva, 15 anos, assassinada depois de ser mantida refém por mais de 100 horas em Santo André, no ABC paulista.

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"Para a imprensa nacional, ele passa uma imagem, mas nós temos processos contra ele aqui. Por exemplo: ele é acusado de matar um sindicalista, líder de trabalhadores rurais, chamado José Barnabé, na década de 90, na cidade de União dos Palmares", explicou o juiz.

De acordo com Amorim, o depoimento, em juízo, do cabo José Gonçalves da Silva Filho, feito antes de ele ser assassinado, em 1994, aponta a participação de Everaldo em uma série de outros crimes, todos como integrante da Gangue Fardada. A organização, supostamente capitaneada por políticos de Alagoas, seria responsável pela morte de desafetos, envolvendo ainda seqüestros, assaltos a bancos, extorsão, roubos de cargas e de carros.

"Quando ele diz que é um arquivo vivo, eu acredito. Ele pode esclarecer uma série de crimes. E, se ele diz que é um arquivo vivo, vai ser dada a ele garantia de vida", explicou o magistrado. "Há indícios suficientes de que Everaldo é envolvido na morte do delegado Ricardo Lessa. Ele pode dizer a todos que é inocente porque é um direito dele, mas ele responde a outros processos", afirmou o magistrado.

Especial para Terra